Pensando em como é prazerosa a tão infame inutilidade. A maravilhosa brecha em que se pode se distinguir o raso do profundo, o inoportuno do oportunismo, em termos populares, separar o joio do trigo.
A sensação de liberdade em se poder ser o que não se pode ser quando se é conveniente. A autenticidade de um livro que ninguém precisaria ou teria tempo para ler, mas que os leitores mais assíduos insistem em folhear.
O primeiro gole é amargo, é verdade, o sentimento de solidão é quase inevitável, mas o que vem adiante é uma explosão de satisfação em saber que a sua (in)utilidade é ouro para quem sabe distingui-la de de pirita.